Cerco ao complexo do alemão!

Calamidade pública. É a expressão que pode definir a atual situação da zona norte da região metropolitana carioca.
Não há mais o que se explicar sobre a atual situação do estado do Rio de Janeiro. De domingo (21) até hoje quinta-feira (25), já foram 56 veículos incendiados em diferentes pontos da região metropolitana e baixada fluminense. Na quinta, a polícia militar em parceria logística com a Marinha resolveu invadir a comunidade da Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, zona norte da capital. Um verdadeiro cenário de guerra se instaurou na cidade: tanques blindados foram cedidos pela Marinha para ajudar na operação.

Barricadas e caminhões em chamas e blocos de concreto foram utilizados para retardar a polícia que, mesmo encontrando algumas dificuldades, avançaram pela favela, causando uma grande fuga de bandidos para a comunidade vizinha do Complexo do Alemão. A cobertura da Globo Rio desde às 11h. da manhã mostrou imagens impressionantes de grandes contingentes de criminosos correndo, fugindo do temido Caveirão, o blindado da polícia militar.

Cerca de 400 mil moradores do entorno das comunidades da Vila Cruzeiro e do Alemão estão reféns desde a manhã de hoje. Pessoas não conseguem voltar para suas casas, ônibus não adentram mais na Vila Cruzeiro, quase não passam carros no entorno da comunidade. Embora o restante da cidade esteja vivendo uma certa tranquilidade, algumas empresas de ônibus reduziram o volume de veículos nas ruas, temendo que os mesmos sejam queimados, como já tem ocorrido desde domingo.

Após a tomada do comunidade e da estabilização, é uma questão de horas para a invasão de forças da Polícia Militar que agora conta com um efetivo de 800 soldados do exército, além de helicópteros blindados emprestados pela aeronáutica e mais tanques blindados da marinha e do exército também. O cerco ao complexo do alemão está intenso, tiroteios ainda são frequentes e o que prevalece na cidade é um clima de tensão, bares e praias às moscas essa sexta é sábado.

Aos vencedores, o butim

E agora, depois da batalha pela presidência, a coligação pró-governista entre PT, PMDB e PP, PRB, PSC e PTB, engalfinha-se entre si por cargos. O PMDB, embora o vice Michel Temer negue, formou um bloco com os partidos aliados menores na Câmara dos deputados, fazendo uma maioria contra os 81 deputados petistas.

O super-bloco — chamado “blocão” — encabeçado pelo PMDB e criado nesta terça-feira conta com 202 deputados federais e teria como principal objetivo o de pressionar o vindouro governo sobre projetos no Congresso. O presidente Lula não conseguiu conter o nervosismo e alfinetou a formação do bloco: “Tenho uma definição de política que é a seguinte: a política é como um leito de um rio. Se a gente não for um 'desmancha-ambiente' e a gente deixa a água correr tranquilamente, tudo vai se colocando da forma como é mais importante. Se as pessoas tentam de forma conturbada mexer na política, pode não ser muito bom”.

Após as alfinetadas do presidente, o PR e o PP saíram do bloco. O presidente do PR, senador Alfredo Nascimento, teria dito a seus colegas de partido que o mesmo é “aliado do governo e da presidente Dilma”.

Comentários:

O que tudo isso parece indicar? Uma guerra. E os vencedores agora, dividem a nós, o butim, entre si. Como se fôssemos uma espécie de troféu de guerra. O presidenta eleita Dilma Rousseff ainda nem bem esquentou a cadeira presidencial e já enfrenta a probabilidade de uma cisão interna. O que tudo indica é que nos próximos 4 anos, as confusões entre PT e PMDB ainda vai dar muito pano pra manga.

Humanos x Imortais

É esse o confronto que se dará nos próximos meses. Na verdade, não haverá confronto algum, o que vai haver é uma imposição salarial para os meros mortais, ou seja, nós, e um aumento exorbitante do já exorbitante piso salarial dos parlamentares.

Enquanto muitos tem que se virar com os miseráveis R$510,00 reais, deputados e senadores ganham R$16.512,09 reais!
A justificativa? Diversos assessores, secretários e outros tantos funcionários, R$16 mil fora os auxílios-terno, gasolina, entre tantos outros. Segundo o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), “De acordo com a Constituição Federal, cada legislatura fixa o vencimento da próxima. Agora os quantitativos, aí reside o problema”, afirmou parlamentar.

No mesmo projeto de aumento dos parlamentares está o projeto de aumento salarial do próximo presidente, no caso, a Dilma. Hoje, o salário do chefe do executivo é de R$11,4 mil.
Resta-nos saber agora como esse processo vai se dar e se o aumento será realmente efetivado e nós teremos que engolir calados os R$600,00 reais.

Desafios do governo Dilma

 Com o resultado das eleições do último dia 31/10 e a escolha da população de Dilma Rousseff, candidata petista e apoiada pelo presidente Lula, agora resta as articulações para a transição entre o final do mandato de 8 anos de Lula e o novo governo de Dilma, que assumirá no dia 1º de janeiro de 2010.

Atualmente, discute-se quem serão os futuros ministros a serem indicados pela presidenta, entre as nomeações mais aguardados estão a dos ministros da educação e da saúde. Outro ministério muito aguardado para se saber quem vai ficar a frente é o ministério de Minas e Energia, tendo em vista as descobertas da bacia do pré-sal.

Educação sem qualidade esta que fez o Brasil avançar menos, embora tenha ganhado algumas posições no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e ficado na 74ª posição dos 169 países listados. O índice do país foi de 0,699. Quanto mais próximo de 1 melhor é o IDH. Países como Noruega, Nova Zelândia e Austrália são os primeiros da lista divulgada pela ONU.

Quando o assunto é saúde, o país está pior ainda. Segundo o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e o IVH (Índice de Valores Humanos) que é composto pelos subíndices de trabalho, saúde e educação, o Brasil tem o IVH no valor de 0,59. O trabalho foi o que teve melhor resultado, 0,79; seguido pela educação, 0,54; e por último, a educação com apenas 0,45.

Essas pesquisas mundiais só servem para apontar as principais metas do futuro governo Dilma que, apesar de prometer a erradicação da miséria, e não deve esquecer da saúde e da educação, pois os três temas tem muito em comum.